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Entenda o sínodo arquidiocesano, que já está em andamento em São Paulo

A arquidiocese de São Paulo está percorrendo o caminho de realização do seu primeiro sínodo arquidiocesano. A reflexão sobre a oportunidade desse evento eclesial já ocorreu em reuniões com os bispos auxiliares, no âmbito do Conselho de Presbíteros e do Conselho arquidiocesano de Pastoral.

O objetivo básico do sínodo diocesano é rever, renovar e revitalizar a pastoral da diocese, passando pela avaliação e a reflexão sobre os diversos aspectos da realidade eclesial diocesana, o discernimento sobre as decisões a tomar, à luz da Palavra de Deus e do Magistério da Igreja, e a elaboração de diretrizes pastorais para suscitar um novo dinamismo na vida da diocese. O sínodo é convocado e presidido pelo bispo diocesano, que também aprova as diretrizes e os encaminhamentos sinodais.

As etapas do sínodo nas paróquias (2018) e nas Regiões e Vicariatos Episcopais deverão confluir para o momento decisivo do sínodo, que será a assembleia sinodal arquidiocesana (2020). Esta terá a missão de refletir sobre toda a realidade pastoral da Arquidiocese, a partir dos elementos recolhidos nas etapas anteriores. Da assembleia sinodal, espera-se que sejam elaboradas as indicações e propostas do sínodo para toda a Arquidiocese.

Mas o que é um sínodo?

A palavra sínodo vem da língua grega, que quer dizer caminhar juntos, e que passou a indicar algumas reuniões da Igreja para discutir assuntos relacionados à fé ou ação pastoral. O sínodo é uma pratica antiga, por isso, todas as vezes que era preciso debater um assunto importante e de grande interesse, os bispos se reuniam num mesmo lugar até se chegar a uma conclusão, e a partir daí todos passavam a “caminhar juntos” na mesma decisão.

Um sínodo pode ser realizado por uma diocese, ou de forma mais ampla, por uma região, província ou pais. Mas foi a partir do Concilio Vaticano II que a prática de realizar sínodos foi retomada, com um novo vigor, e por isso muitas dioceses, em todo o mundo, começaram a fazer sínodos para traçar os rumos das igrejas particulares. O sínodo é, na sua essência, uma expressão de comunhão e de fé, e a sua convocação depende sempre do bispo diocesano.

“Deste modo, o sínodo é, “no seu contexto e de maneira inseparável, ato de governo episcopal e evento de comunhão, exprimindo assim aquela índole de comunhão hierárquica que é própria da natureza da Igreja”. O Povo de Deus, de fato, não é um agregado informe de discípulos de Cristo, mas uma comunidade sacerdotal, organicamente estruturado desde a origem, conforme a vontade do seu Fundador, presidido em cada diocese pelo seu Bispo, que é o seu princípio visível e fundamento da unidade e seu único representante.” (Instrução sobre os Sínodos Diocesanos)

Por que fazer um Sínodo?

Entre os objetivos do sínodo dois se destacam com mais força: O primeiro objetivo do sínodo é a retomada da consciência eclesial. “Temos uma alta porcentagem de católicos sem consciência de sua missão de ser sal e fermento no mundo, com uma identidade cristã fraca e vulnerável.” (Aparecida, 286).

O segundo objetivo depende do primeiro, isto é, a renovação da vida pastoral da Arquidiocese depende da retomada da consciência eclesial. A Arquidiocese de São Paulo tem uma história de compromisso e testemunho, mas é preciso olhar adiante, e por isso “Os bispos, presbíteros, diáconos permanentes, consagrados e consagradas, leigos e leigas, são chamados a assumir uma atitude de permanente conversão pastoral, que envolve escutar com atenção e discernir ‘o que o Espírito está dizendo às Igrejas’ (Ap 2,29) através dos sinais dos tempos nos quais Deus se manifesta.” (Aparecida, 366).

Assim, partindo desses dois primeiros objetivos será possível elaborar grandes diretrizes para renovar a organização, a vida pastoral e missionária da Arquidiocese, para responder aos desafios e urgências de hoje.

 

Dom Devair Araújo da Fonseca,
Bispo Auxiliar de São Paul

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