São João Bosco, o Santo dos tempos modernos, tematizou em sua vida o amor a Jesus Cristo para com os menores e jovens empobrecidos. Ele tinha consciência de sua presença eclesial junto a eles. Quando jovem dizia: “Se eu fosse padre agiria de outro jeito. Gostaria de aproximar-me dos meninos, para dizer-lhes uma boa palavra, dar-lhes bons conselhos. Como seria feliz se pudesse falar um pouco com meu vigário” (MO, 35).
O século XIX, viu despontar no horizonte do cotidiano, este grande homem, este grande Santo – Educador. Foi no norte da Itália, no Piemonte – Becchi, que nasceu, no dia 16 de agosto de 1815, o menino Joãozinho Bosco. Filho de pais camponeses, família profundamente cristã, que tirava da terra o sustento para os seus. Órfão de pai aos dois anos, Joãozinho muito cedo aprende o caminho da maturidade pela superação das dificuldades, tristezas, desafios e renúncias que são os ingredientes na vida de todo ser humano.
Ainda em tenra idade, foi privilegiado pela forte presença do Deus-Amor, que o convoca para uma missão única, específica e razão primordial de toda sua vida: “a Salvação dos Jovens”. Dotado de rica personalidade, soube desenvolver seus dons na fidelidade ao chamado sacerdotal.
Ao longo de seus fecundos 73 anos, 47, de vida sacerdotal salesiana, viveu integralmente para os jovens. Fez da vida dom para os menos favorecidos e abandonados pela sociedade.
Seu coração paternal vibrava motivado pela paixão educativa, na incansável luta para reconduzir o jovem ao rebanho de Cristo.
Dom Bosco fez-se para todos PASTOR cuidadoso! Com sabedoria, paciência e muita “amorevolezza” empregou todo o seu ser como o “Oleiro”, para refazer o “vaso”, muitas vezes arruinado por uma sociedade marcada pelo egoísmo, ganância e injustiças.
Dom Bosco, universalmente reconhecido como Pai e Mestre da juventude, Educador, segundo o coração de Deus, seja para todos nós hoje, testemunho e acenda em nossos corações a “Paixão pelo Reino”.
Madre Mazzarello – Mulher – Igreja
Maria Mazzarello ofereceu às jovens a possibilidade de elaborar a um projeto de vida cristã e a ele responder com fidelidade.
A experiência de Deus traduzia-se em sua atitude simples e sábia diante da realidade de Deus e do homem, dos valores da vida cultivados dentro de uma família profundamente cristã.
Maria Mazzarello ao longo de seus breves 44 anos, colhe e acolhe, assimila e propõe a verdade de Deus apreendida no cotidiano.
Desde criança ela se faz receptiva, atenta, empreendedora e criativa diante da realidade. Em tudo deixa a marca de uma visão cristã comprometida com seu tempo, sabedoria que se revelou nas diversas situações de uma vida assumida passo a passo com simplicidade e naturalidade.
Natural da Itália, na pequena cidade de Mornese, sua vida vai ganhando a maturidade e a consistência, tão próprias daquelas pessoas que possuem grandeza de coração e abertura ao “Espírito que vivifica e renova todas as coisas”.
Assim foi progredindo na existência a menina “Maín”, para os mais próximos. Dotada de uma natureza firme e decidida, gostava dos divertimentos sadios, dos longos passeios, da música, do canto e do teatro. Intuiu logo, o alcance e o seu valor educativo dentro do seu tempo e contexto social; sem medo de críticas e oposições, transformou-os em meios de evangelização e caminho de santificação para si e para as jovens que educava.
Aberta, comprometida e profundamente convicta da Igreja, sacramento do Pai, colocou-se como discípula sua e soube saborear os valores da eclesiologia, traduzidos em vida.
Seu itinerário espiritual é simples e puro como o ouro! Na transparência dos seus atos se manifestam-se a fidelidade e amor ao Deus da vida, princípio primeiro e único de sua existência.
Nela há um toque feminino de rara sabedoria educativa que, se manifesta pelas qualidades de educadora consolidada na fé e na paixão pelo Reino. A intuição das situações e das pessoas a sensibilidade, afabilidade, capacidade de comunicação, equilíbrio, coerência e firmeza, descrição e audácia no bem, quebram os estereótipos da mulher do século XX. Pelo contrário, ela se encaixa no número daquelas mulheres de espírito autenticamente eclesial que assumem o pioneirismo do testemunho da vida cristã, no seguimento radical de Jesus Cristo.
Alimentada pela fé, pela audácia e, sobretudo pela fiel adesão ao projeto de um caminho de santidade segundo o coração de Deus, Maria Mazzarello, a primeira Filha de Maria Auxiliadora, deixou-se modelar pelas sábias mãos do oleiro Divino. Também nós somos chamadas a ser para as jovens e os jovens de hoje, “sinais e expressão do Amor preveniente de Deus”.