O atendimento geriátrico e gerontológico pode ser definido como um processo interdisciplinar que atende às pessoas idosas, visando os serviços médicos, psicológicos, social e funcional (fisioterápico e terapêutico) a fim de manter o idoso com plena capacidade e autonomia pelo maior período possível. Mas, nesse contexto, é preciso considerar que a saúde é algo a ser conquistado e não dado, que envolve esforço e investimento para mantê-la.
Tendo em conta a expectativa de vida, cada vez mais alta, vários estudos têm contribuído para a melhoria da qualidade de vida na terceira idade. De forma geral, os idosos apontam que as suas emoções representam um movimento contínuo que repercute diretamente na sensação de estar ou não com saúde, e viver bem esta fase da vida, é ter autonomia nas atividades diárias e liberdade para participar de atividades físicas e de lazer. Assim o ser humano precisa valorizar todas as etapas de sua vida, pois o processo de envelhecimento começa a partir do momento em que nascemos e a qualidade de vida é uma conquista diária nesta caminhada. Algumas pesquisas demonstram que a principal tarefa evolutiva da velhice é a integração social e a autonomia pessoal, tanto a segurança propiciada por um ambiente acolhedor , como a autonomia permitida por um ambiente estimulador, são necessárias ao bem-estar do idoso. É bem verdade que o idoso convive com limitações da própria idade que prejudicam sua independência e autonomia, mas é preciso ser estimulado a organizar o tempo fazendo projetos de vida com criatividade, energia e iniciativa, isto é, dando significado a vida para que não caia no vazio. As atividades de lazer, convivência em grupo, contribuem para a manutenção do equilíbrio biopsicossocial do idoso, quanto para atenuar possíveis conflitos ambientais e pessoais.
A atividade física, intelectual e de lazer em todas as etapas da vida nos assegura envelhecimento saudável. Para se qualificar a vida é necessário comparar o passado e o presente, as coisas boas e ruins, a infância e a juventude, a maturidade e a velhice em um contexto social e histórico. O envelhecimento bem-sucedido não é privilégio ou sorte, mas um objetivo a ser alcançado por quem planeja e trabalha para isso, sabendo lidar com as mudanças que efetivamente acompanham o envelhecer. Falar de qualidade de vida é considerar também as emoções e suas repercussões para a saúde. As emoções desencadeiam reações físicas e atualmente, a medicina em geral, e particularmente a psiquiatria, enfatizam a importância do bom humor, dos bons sentimentos e da afetividade sadia na qualidade de vida e na saúde global da pessoa, pois os efeitos do bom humor sobre a saúde física são tão evidentes que uma boa e sincera risada pode ter a importância de uma sessão de ginástica.
Texto: Fabíola Braz Penna e Fátima Helena do Espirito Santo