Vídeo-mensagem de saudação da Madre Geral do Instituto das Filhas di Maria Auxiliadora para a Páscoa de 2025.
Roma (Italia). A Madre Geral do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, Ir. Chiara Cazzuola, envia a sua saudação pascal às FMA, às Comunidades Educativas e à Família Salesiana:
A força da Ressurreição penetra em nossa vida como um raio de luz, como uma intuição fulgurante que nos permite compreender o que ainda parece sem sentido.
Nestes dias revisitamos os primeiros passos do caminho de uma Igreja que palpita de amor por Jesus, o Cristo, o Filho de Deus; de uma Igreja feita de apóstolos e discípulos que viveram com Ele uma quotidianidade extraordinária. Um coração tardio para compreender não os impediu de vacilar na fé, cair no medo, duvidar da palavra do Mestre diante do acontecimento histórico tangível e ao mesmo tempo transcendente da Páscoa de Jesus. Esta mesma Igreja tem em si a própria vida de Cristo, o vivente: fonte e causa da nossa Esperança, mais forte que as nossas fraquezas; fonte da nossa alegria de salvação.
O túmulo vazio lembra-nos a presença de Cristo no mundo, ajuda-nos a esperar que a vida da graça triunfe sobre a morte, além das limitações que experimentamos na história quotidiana.
No coração da nossa fé, no desenrolar do Mistério Pascal, não há somente o desconcerto, o medo, a perturbação, o espanto incrédulo dos apóstolos! Há também a presença corajosa das mulheres.
O Evangelho, de fato, nos coloca em contato com o grupo das mulheres, nomeia-as pessoalmente, coloca-as em forte evidência, porque resistiram com coragem e amor ao lado de Jesus também e, sobretudo, durante a sua paixão: testemunhas fiéis e intrépidas da Sua morte e Ressurreição.
Segundo o Evangelho de Lucas, Jesus aparece não às mulheres que guardam no coração os aromas para Ele, mas sim, às que não se bloqueiam diante das insídias de uma manhã que à primeira luz ainda se apresenta escura, deserta; não param diante da pedra removida, que pode inspirar um natural titubeio, uma suspeita de perigo, e não estão fora do sepulcro, mas entram nele com o único ardente desejo de honrar o corpo do Mestre.
Mas não o encontram ali e, diante dos dois “homens” com roupas fulgurantes, reagem com o temor reverencial frente ao divino que estão percebendo: tomadas pelo susto, mantinham o rosto inclinado para o chão. Na Bíblia, o rosto representa a pessoa toda e, inclinado para a terra indica submissão, veneração, portanto, também atitude de oração.
Este temor reverencial recorda o da Virgem Maria no anúncio da encarnação do Verbo.
Aqui, junto ao túmulo, estão as mulheres para acolher dos dois mensageiros, testemunhos, o grande anúncio de que nada é impossível para Deus. Sabem crer na palavra dos anjos e estão cheias de alegria, da alegria da vida que explode, da alegria da fé, floresce a grande esperança que, a partir desta hora, tem um nome: Jesus.
São elas as mulheres da manhã de Páscoa que, com a sua fé, levam o anúncio alegre que ressoará nos séculos dos séculos: Jesus ressuscitou! Christos anesti! A sua voz de festa convida-nos a escutar a pergunta – reprovação: por que buscais entre os mortos aquele que está vivo? (…)
Como mulheres consagradas que guardam a Palavra no seu coração, que creem em Jesus, Senhor e Redentor da história e de toda a humanidade, sentimos a responsabilidade e a irrefreável urgência de dar voz e testemunho da grande verdade: Jesus está vivo!
Não é vã a nossa fé! A vida venceu a morte! O Amor é possível, a Paz é possível, a Alegria é possível.
O mundo precisa deste anúncio, desta surpresa do Amor: Cristo ressuscitou, tudo revive, tudo floresce. O mundo precisa deste poderosíssimo e inatacável antídoto contra a cultura da morte, do desinteresse, da indiferença, da avidez cobiçosa, do poder injusto, do descarte.
Perguntamo-nos, como responder ao comando do Ressuscitado: “Ide e anunciai”? Certamente não seguindo a primeira reação de Pedro que, depois de ter visto o túmulo vazio, encontra apenas o caminho de casa, da defesa, da reparação do medo, da incerteza.
Temos o exemplo de Jesus que se dá totalmente a Si mesmo; temos Dom Bosco que desafia a temeridade. Somos herdeiras do segredo de Madre Mazzarello: o seu ser Cristificado no seu viver, no seu dar a vida pelo Instituto. Ela é credível quando nos indica a fonte da coragem e da resiliência na missão do anúncio: Coragem, Jesus deve ser toda a vossa força, com Jesus os pesos se tornarão leves, as fadigas suaves, os espinhos se converterão em doçuras … (C.22)… Entrai frequentemente no coração de Jesus (C.17). Ela é credível quando nos convida a expressar sempre a alegria pascal: “Estai alegres” é o seu aleluia, é o estilo da esperança, a força da missão, dos “peregrinos da esperança” que o Jubileu propõe como eficaz impulso para a nova evangelização dos habitantes desta terra. É o dom libertador de Jesus Ressuscitado para todos, sobretudo para quem sofre.
O meu desejo é que nós, Filhas de Maria Auxiliadora, as comunidades educativas, os meninos/as, os/as adolescentes, os/as jovens, saibamos escutar e acolher as palavras do Mestre, guardá-las no coração e recordá-las para conhecer e nos enamorar sempre mais de Jesus Eucaristia, o Ressuscitado, o Vivente que permanece para sempre conosco.
Da Eucaristia os nossos Santos tiraram a força, a luz, a profecia da missão.
De Jesus morto e ressuscitado, as nossas Irmãs, que vivem em áreas difíceis e de guerra, encontram a coragem de permanecer com as populações sofridas, com os mais pobres, para ajudá-los correndo grandes riscos para a própria vida.
Com a força do Ressuscitado, do Vivente, juntas, levemos às novas e velhas pobrezas que encontramos quotidianamente em todas as partes do mundo, a Esperança anunciada pelos dois “homens” vestidos de luz: “Não procureis entre os mortos Aquele que está vivo!”.
Dirijo este augúrio de modo particular às comunidades mais afetadas pelo sofrimento e por situações difíceis e precárias.
Feliz Páscoa de Jesus e nossa!
Maria, a mãe, hoje radiosa de alegria, abençoe-nos a todos.
Roma, 20 de abril de 2025
Irmã Chiara Cazzuola
Superiora Geral do Instituto das FMA
Fonte: Instituto FMA
