Nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, a sede da Inspetoria Nossa Senhora Aparecida (BAP), localizada no bairro Bom Retiro em São Paulo (SP), acolheu os integrantes do Núcleo Animador e as Diretoras e Diretores das escolas da BAP para mais uma reunião de formação, partilha, avaliação e planejamento.
Cerca de 35 participantes acolheram o convite e transformaram este momento em oportunidade para promover a formação continuada das lideranças, para fortalecer o sentido de pertença à Inspetoria e partilhar as aprendizagens conquistadas por meio de boas práticas.
O encontro teve início com as palavras de Irmã Alaíde Deretti, Inspetora da BAP, que rememorou o recente Encontro Nacional da Rede Salesiana Brasil (RSB), realizado de 28 a 30 de agosto, em Aparecida do Norte (SP) e que teve como tema: «Onde estão as juventudes? “Vinde e Vede”». A Inspetora falou de Dom Bosco, que teve e cultivou um sonho em favor dos jovens. «Se não fosse este homem corajoso, audaz, não estaríamos aqui. Nem poderíamos sonhar de um dia fazer parte da Família Salesiana. O que ele (Dom Bosco) não tinha de grandeza física (…)», tinha interiormente: «tinha um coração grande, tinha mente aberta, por isso ele pode enfrentar todos os desafios da época dando um novo sentido àqueles que eram menos considerados pela sociedade, que eram os jovens, especialmente os mais pobres», afirmou Irmã Alaíde.
A Inspetora enfatizou ainda a importância da formação continuada dos educadores e também das novas gerações, afinal «os jovens estão no meu coração, no teu coração, no nosso coração. Um dos empenhos de Dom Bosco era colocar o sonho no coração dos jovens», disse Irmã Alaíde.
Segundo a Inspetora, é importante que os jovens sejam felizes e possam influenciar também outros jovens na mesma direção: «Felicidade é coisa séria, precisamos nos empenhar, ela não vem de graça!».
Na sequência, o grupo viveu um momento especial de formação, orientado por Irmã Solange Sanches e pela educadora do Instituto Nossa Senhora Auxiliadora (INSA), de Cambé (PR), Rosana Magri, que proporcionou a experiência dos “Círculos de Construção da Paz”. Ao mesmo tempo em que Rosana apresentava pontos teóricos sobre a Comunicação Não-Violenta, de Marshall Rosenberg, ela oferecia ao grupo a possibilidade de vivenciar o “Círculo” em suas etapas, a fim de que a aprendizagem se desse por meio da prática.
Também esteve no encontro Irmã Márcia Koffermann, que compartilhou com os presentes as grandes linhas da sua pesquisa que resultou na Tese de Doutorado, pela Universidade de Huelva (Espanha), defendida no último mês de março. Irmã Márcia se dedicou ao tema da “Educomunicação para a formação integral em contexto de infodemia: uma análise da Rede de Escolas Salesianas Brasil”.
Ainda como parte da programação, houve um momento de partilha sobre o Encontro Nacional da RSB. Dos presentes, cerca de 50% estiveram em Aparecida e puderam relatar suas aprendizagens, observações, impressões e, especialmente, os desafios oferecidos pelas palestras e oficinas para uma maior aproximação das realidades juvenis que interpelam as presenças salesianas e pedem respostas educativo-pastorais assertivas, como BAP e como Rede.
O primeiro dia do encontro do Núcleo Animador com as Diretoras e Diretores das escolas da BAP encerrou-se com a Celebração Eucarística, realizada na Capela do Colégio de Santa Inês e presidida pelo salesiano Padre Magno F. Albuquerque.
Mais partilhas, mais aprendizagens
O segundo dia do encontro do Núcleo Animador com Diretoras e Diretores das escolas da BAP teve início com a Celebração Eucarística, presidida pelo salesiano Padre Ruan H. de Oliveira.
Antes de o grupo reencontrar-se na sala de trabalhos, os participantes se reuniram em torno do “Poço de Mornese” localizado no pátio do Colégio de Santa Inês. Dali, em peregrinação, foram para outro ambiente, motivados pela Palavra de Deus que é luz que ilumina a caminhada. Conduzido por Irmã Alaíde e também pela Vice-Inspetora, Irmã Ivone Ranghetti, o grupo se dirigiu à sala de trabalhos onde os participantes foram surpreendidos por um ambiente envolvente e por “Alice no país das maravilhas”, acompanhada pelo Coelho e seu relógio, sempre atrasado e marcando bem os tempos das atividades que foram desenvolvidas.
Alice, representada por Meily Moany Cassemiro Santos, e o Coelho, representado por Irmã Teresa Cristina Pisani Domiciano, apresentaram a palestra intitulada “Educação, espaços de sonhos”, e conduziram o grupo a refletir sobre o projeto de escola que se sonha, sobre a “Escola das Maravilhas” que a BAP deseja continuar construindo em seus diferentes contextos.
A palestra foi sendo desenvolvida com apresentação de conteúdos, atividades em grupo, interação dos participantes, jogos em equipes, e finalizou com a entrega de uma lâmpada, simbolizando a atitude de prontidão sugerida pelo Evangelho de Mateus (25, 1-13) e a figura do Profeta, sentinela da noite, um recorte da reflexão proposta pela “Economia de Francisco”. «O profeta é o homem e a mulher do diálogo noturno; é o companheiro e a companheira do tempo das perguntas sem resposta, portanto do nosso tempo. Pode apenas responder dando as suas duas únicas certezas: que ainda é noite e que a aurora chegará».
Antes do almoço, o grupo vivenciou uma “Roda de Conversa”, partilhando desafios e oportunidades a partir da própria realidade e das reflexões realizadas neste encontro.
Na parte da tarde, Meily Moany orientou a reflexão e a partilha sobre o Atendimento Educacional Especializado (AEE), facilitando as discussões com uma pergunta: «como vocês estão tecendo a “rede inclusiva” em sua escola?».
Na sequência, Irmã Dorcelina Rampi apresentou o Plano de Ação Inspetorial, dando ênfase às Diretrizes Metodológicas: ESG – Governança ambiental, Social e Corporativa, a ferramenta 5W2H e a matriz GUT – Gravidade, Urgência e Tendência. Detalhou como foi construído o Plano de Ação, como os diferentes Âmbitos de animação da BAP procederam com suas equipes na elaboração dos próprios Planos de Ação e como está prevista a realização, a avaliação e um futuro redesenho das ações.
Na conclusão do encontro, a Inspetora Irmã Alaíde Deretti destacou as palavras: água, luz, sonho, profecia. Fez menção a um texto do profeta Isaías (44, 3) que diz: «Vou derramar água no chão seco e córregos na terra seca; vou derramar meu espírito sobre seus filhos e a minha bênção sobre seus descendentes». E convidou os participantes a serem “fonte de água”. «Ser água da vida, que seja presença, que seja de fato referência: referência de escuta, de atenção às necessidades daqueles que estão conosco, olhar nos olhos, perceber o todo da pessoa. Referência de sinodalidade… façam o exercício de “fazer juntos”, do delegar envolvendo, do fazer-se ajudar. Referência no caminhar juntos, na corresponsabilidade, confiar nas pessoas, motivar para o pertencimento, um pertencimento feliz na missão».
Utilizando ainda uma passagem de Provérbios (27, 19), Irmã Alaíde incentivou a pensar sobre a água que reflete o rosto, e o coração que reflete o olhar, o modo de ser e de estar de cada pessoa. «Porque a água reflete o meu rosto, mas o coração reflete o que sou», concluiu a Inspetora da BAP.
O encontro foi encerrado com a “Oração de envio”, conduzida por Irmã Cleonice Lourenço, que propôs um momento de encontro com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, afirmando que é sempre Ela que prepara o encontro dos filhos com o Filho. Foi introduzido no ambiente o Santíssimo Sacramento, e o grupo tomou um tempo para a Adoração individual, deixando ressoar no coração e no pensamento todas as vivências e aprendizagens destes dois dias.