Fundado em 5 de agosto de 1872, o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), também conhecidas como Irmãs Salesianas, comemora em 2024 seus 152 anos de história e missão. A fundação do Instituto é um testemunho do trabalho conjunto entre São João Bosco, Fundador da Congregação Salesianas, e Santa Maria Domingas Mazzarello, Cofundadora e primeira superiora do Instituto.
Dom Bosco, com sua visão de promover a educação e a formação cristã dos jovens, encontrou em Maria Domingas Mazzarello uma colaboradora ideal. Nascida em Mornese, Itália, Mazzarello tinha uma profunda devoção a Deus, e as circunstâncias da vida a levaram a servi-lo por meio do amparo às jovens locais. A parceria entre Dom Bosco e Madre Mazzarello resultou na criação de um Instituto que se dedicaria à educação e ao cuidado das meninas e jovens, especialmente aquelas mais necessitadas.
Desde sua fundação, a missão do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora tem sido a educação integral da juventude. Inspiradas pelo carisma salesiano e guiadas por Nossa Senhora Auxiliadora, as Irmãs Salesianas trabalham para criar um ambiente onde os jovens possam crescer em conhecimento, fé e valores cristãos.
MONUMENTO VIVO DE GRATIDÃO
Dom Bosco quis que as FMA fossem um “monumento vivo de sua gratidão a Nossa Senhora Auxiliadora”. Esse título reflete a profunda devoção que tanto ele quanto as Irmãs tinham por Maria, reconhecendo-a como guia e protetora de suas obras. A espiritualidade mariana é um pilar fundamental do Instituto e a devoção a Nossa Senhora Auxiliadora é vivida e transmitida diariamente nas comunidades e instituições confiadas às FMA.
Conheça algumas das Filhas de Maria Auxiliadora que fazem parte da Rede Salesiana Brasil e descubra como, diante dos desafios de 152 anos de história, elas vivem concretamente o ser “monumento vivo de Gratidão à Nossa Senhora Auxiliadora”:
IRMÃ CELIA APPARECIDA DA SILVA
Inspetoria Nossa Senhora Aparecida – São Paulo
“Para mim, hoje, como ontem, ser Monumento Vivo de Gratidão a Maria Auxiliadora é caminhar à luz do seu olhar, à escuta e em resposta ao ‘seu mandato’: “Fazei tudo o que meu Filho lhe disser’ (Jo 2,5), ‘reavivando com alegria e responsabilidade a nossa pertença radical a Jesus Cristo’ (CG. XXIV, n. 18). Manter os ‘olhos abertos para a hora de Deus que hoje, também, se manifesta no progresso humano e até mesmo em sua fragilidade’ (CG. XXIV, n. 18). Olhos abertos para a realidade – especialmente dos e das jovens no mundo de hoje – e empenho de ‘sinodalidade missionária’ como um estilo de vida que gera novas modalidades de participação, animação e governo (CG. XXIV, n. 35.2).
Como Maria, na Anunciação, estarmos abertas à ação do Espírito e generosas no ‘sim’, ‘na busca de soluções para desaprender, aprender e reaprender’ (CG. XXIV, n. 4). Como Maria, em Caná, sermos presença feminina que intui, que vê, que providencia, que recorre e conduz à fonte da vida. Conscientes do amor que recebemos de Deus, sermos sempre portadoras desse amor, ‘valorizando as pessoas em todos os estágios da vida’ (CG. XXIV, n. 11).
Abertas ao ‘da mihi animas’ e dispostas ao ‘cetera tolle’, sermos no dia a dia – com as luzes do Espírito Santo e o auxílio de Maria – transparências da bondade da nossa Mãe; sermos auxiliadoras com a Auxiliadora.
Que nossa vida seja realmente um Magnificat aos olhos de Deus que nos criou, nos chamou, nos enviou e nos deu uma Mãe e Mestra em cuja escola podemos, como Dom Bosco, nos tornar sábias, humildes e fortes na fé, apontando para os(as) jovens Aquele que é o Caminho, a Verdade, a Vida!”
IR. FRANCISCA DIAS PEREIRA
Inspetoria Maria Auxiliadora – Recife
“Completando, no dia 24 de janeiro de 2025, 60 anos de vida consagrada, sinto-me feliz em celebrar os 152 anos de fundação do nosso Instituto. No hoje da história, em tempos novos e desafiadores, é possível ser Monumento Vivo de Gratidão a Nossa Senhora Auxiliadora vivendo com fidelidade a própria vocação, cultivando um amor vivo, radical e comprometido como Maria, Mãe e Mestra nossa e das juventudes. Para ser esse Monumento Vivo de Gratidão a Nossa Senhora faz-se necessário ter, cotidianamente, o olhar voltado para Dom Bosco e Madre Mazzarello, isto é, para as origens, e, ao mesmo tempo, contemplar a realidade na qual estão imersos os jovens para trazer com vestes novas o carisma com o nosso jeito de ser, viver e agir. É importante alimentar forte o sentido de pertença para celebrar os 152 anos de fundação do nosso Instituto com fervor, alegria e entusiasmo em qualquer lugar, função ou missão que desempenhamos. Celebrando os 152 anos do Instituto das FMA, os nossos corações se elevam para agradecer a Deus a presença materna de Maria com a certeza de que, desde as origens, ‘foi ela quem tudo fez!’”
IR. LILIANA MARIA DAOU LINDOSO
Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia – Manaus
“Tenho 40 anos de Profissão Religiosa. Sou uma Filha de Maria Auxiliadora feliz e faço da minha vida doação na Casa Mamãe Margarida, Obra Social que trabalha com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, vítimas de abuso sexual, maus tratos e negligências por parte de seus responsáveis. Na Casa Mamãe Margarida trabalhamos em três sistemas de atendimento: socioeducativo em meio aberto para 140 meninas; escola para 150 meninas com disfunção idade-série conveniada com a Secretaria de Educação do município de Manaus-Amazonas; e o acolhimento institucional para 20 crianças e adolescentes que sofreram de forma grave e abusiva ‘ataques’ contra suas vidas. Elas são o coração da Casa Mamãe Margarida. É por elas, que precisam de amor, que meu coração chora com seus sofrimentos e se alegra com suas vitórias. Nestes 152 anos do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, me sinto uma feliz Religiosa, e vivo concretamente o chamado a ser ‘monumento vivo de gratidão a Nossa Senhora’. Para cada menina que chega, digo com confiança e certeza que quem a trouxe à Casa Mamãe Margarida foi Maria, a nossa mãe e grande intercessora junto ao seu filho Jesus. Ser monumento vivo de gratidão é o compromisso de toda Filha de Maria Auxiliadora. A missão é exigente, mas nosso amor a Jesus e a Maria nos move diariamente a vivermos com muito amor, criatividade e confiança na Divina Providência. O lema que impulsiona a nossa ação é: Acolher, promover e defender a vida, em atenção a Palavra de Jesus, o Bom Pastor, que ‘veio para que todos tenham vida, e a tenham em abundância’!”
IR. MARIA AMÉRICO ROLIM
Inspetoria Madre Mazzarello – Belo Horizonte
“Para mim, o monumento de gratidão de Dom Bosco à Auxiliadora está vivo, hoje:
– Na perseverança de tantas Filhas de Maria Auxiliadora que, ancoradas no amor fiel e sempre novo de Deus, recomeçam a cada amanhecer, confiantes na sua Palavra: ‘Sei muito bem do projeto que tenho em relação a vós: garantir-vos um futuro, uma esperança!’ (Jr 29,11);
– No abraçar, com coragem e determinação, os caminhos de unificação das Inspetorias, processos às vezes dolorosos, mas assumidos na fé e no desejo de revitalizar o carisma, disponíveis a estar ‘em saída’ para os campos de missão que, como nos tempos de Joãozinho Bosco, Maria nos convida hoje a trabalhar;
– No compromisso com a educação integral dos jovens nas unidades educacionais e socioeducativas, nas missões e nas atividades e processos pastorais, sendo presenças que geram vida no coração dos jovens, também no esforço para entrar nos pátios digitais que eles frequentam, acessíveis a todos que reconhecem a ‘corda que vibra’ no interior deles, que pulsa forte quando há confiança e empatia;
– No cuidado da ‘casa comum’, que supõe abraçar um caminho sistemático de conversão à ecologia integral, nas trilhas das novas fronteiras geográficas e existenciais;
– Nas ações concretas em resposta convite do Papa Francisco – Pacto Educativo Global – que expressam o compromisso de ‘promover um novo tipo de educação, que permita superar a atual globalização da indiferença e a cultura do descarte’. O Monumento vivo se torna mais luminoso quando nos empenhamos em somar esforços para tornar possível ‘uma nova educação que fomente a transcendência da pessoa humana, o desenvolvimento humano integral e sustentável, o diálogo intercultural e religioso, a preservação do meio ambiente, os encontros pela paz e a abertura a Deus’.
Há tantos outros processos em ato e ações empreendidas que garantem a qualidade e a visibilidade do Monumento vivo de gratidão, mas creio que ele se tornará visível e crível se nos empenharmos decididamente na assunção de novos caminhos para atuarmos em rede como Família Salesiana, cujos membros são os mais aptos a assegurar a fecundidade carismática em nossa missão educativa. Creio também na fecundidade vocacional, fruto de uma pastoral de processos continuados, avaliados e reprojetados em comunidades educativas que sejam ‘proposta vocacional para os jovens’ de hoje. Estou convicta de que a sinodalidade está em profunda sintonia com o Sistema Preventivo, de que no respeito e na acolhida das diferenças nos tornamos facilitadoras de uma comunicação que leva à paz.
Que tal aprofundarmos a ‘presença criativa que abre para o inédito’ (XXIV CG, 23.24) também nas escolhas em favor dos jovens empobrecidos, cujos rostos são parte do Monumento vivo de gratidão de Dom Bosco a Maria Auxiliadora? É preciso acreditar na fecundidade da ação educativa, caminho de humanização, esperança de transformação da sociedade.”
A celebração dos 152 anos do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora é uma ocasião para reconhecer a contribuição inestimável das Irmãs Salesianas na formação de gerações de jovens em todo o mundo. Inspiradas pelo carisma salesiano e pelo exemplo de Nossa Senhora Auxiliadora, as FMA continuam a ser “monumentos vivos de gratidão” e um pilar de esperança para todos os que passam por suas instituições.
Escrito por Janaína Lima